Os entorses de tornozelos são traumas bem comuns, em qualquer idade. A articulação do tornozelo tem estabilidade para suportar o peso do corpo todo numa região relativamente pequena, que é a articulação tibiotársica (da perna com o pé). Para isso, o corpo dispõe de muitos ligamentos de todos os lados do tornozelo, assim como alguns músculos, estabilizando os movimentos da região.
Quando pisamos num buraco ou erramos o passo no degrau e torcemos o tornozelo, todo o peso do corpo está sobre ele, trazendo consequências que podem ser leves ou lesões muito importantes. Os entorses mais graves podem ter rupturas de ligamentos, tendões, vasos e fraturas, sendo elas por avulsão (quando um pedacinho do osso é arrancado pelo tendão) ou pelo próprio trauma. Nesses casos, muitas vezes o tratamento é cirúrgico. Os entorses menos graves podem ter estiramento dos ligamentos com lesão de vasos que formam edemas importantes e grandes hematomas, deixando o tornozelo muito inchado e roxo. Nesses casos, geralmente o tratamento é conservador com imobilização e fisioterapia. É fundamental o diagnóstico médico para tratamento dos entorses de tornozelo e, muitas vezes, são necessários exames de imagem que vão determinar a gravidade do caso.
Os pacientes com quadros de moderado a leve têm maior recidiva de entorses após um primeiro trauma. Se ele não aderir à imobilização por tempo suficiente para restaurar os tecidos, os ligamentos vão cicatrizar numa posição mais alongada, deixando a articulação instável, com maior probabilidade de novos entorses. Outro ponto importante, muitas vezes negligenciado principalmente nos entorses mais leves, é o fortalecimento dos músculos da região e o treino de propriocepção (ajustes de posição). Depois de um tempo imobilizado, os músculos perdem muita força e, quando voltamos a pisar, ele não tem como fazer os ajustes necessários para o movimento e para o equilíbrio. Precisamos também avaliar se, no momento do trauma, houve uma alteração na posição dos ossos do pé e da perna, bloqueando alguns movimentos.
Depois de vistas as lesões locais causadas pelo trauma, precisamos de um olhar à distância, avaliando as repercussões que ele gerou nos joelhos, quadril, coluna, chegando até a cabeça. É muito frequente encontrarmos um espasmo no músculo quadrado lombar, que faz a inclinação lateral do tronco, em uma resposta de retirada do pé machucado do seu apoio no chão na hora do entorse. Com dores tão importantes a contratura passa despercebida mas, depois de um tempo, as queixas de dor lombar aparecem. Essa dor pode repercutir em toda a coluna, com desvios laterais, chegando até a cabeça, que tem que se ajustar para manter um olhar horizontal; gerando tensões musculares e torcicolos. Esses são só exemplos de tantas adaptações que nosso corpo faz após traumas que parecem insignificantes, mas trazem consequências ao longo do tempo.
Por tudo isso, não deixe de tratar um entorse de tornozelo com todas as recomendações de tempo de imobilização, fisioterapia de reabilitação e osteopatia, com a visão de todas as repercussões que ele pode gerar. Cuide de sua saúde, esse é o seu bem de maior valor!
Fisio Articular
(11) 99314-8018
____________________________________________________________
2 Comments
olá tive entorse e ligamentos afetados fiz somente raio x e médico colocou a tala por 40 dias e retirei ainda com MT dor e inchado não .sei qual ligamento foi afetado até agora nao consigo mecher o pé hoje faz 5 dias sem gesso
Olá Daiane, você precisa retornar ao médico depois de tirar a imobilização e começar a fisioterapia. Se já deu o tempo que o médico prescreveu para ficar imobilizado e cicatrizar os ligamentos agora é hora de começar a mexer e liberar os tecidos, avaliar as adaptações e treinar a função.